Temor, alegria, sinceridade, comunhão: que igreja! (Série ATOS 11)

At 2.43-47         12/03/2023         54 minutos

Pregação por Pr. Mauro Clark

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No v. 42 vimos que os irmãos passaram e se reunir constantemente e perseveraram nessas reuniões, na práticas de quatro atividades: ouvir a doutrina, comemorar a Ceia, terem comunhão entre si e orarem juntos.

 

Do v.43 ao 47 há mais informações sobre as reuniões deles, mas são mais circunstaciais, específicas para aquela igreja ou, no mínimo para aquela época.

 

Veremos 6 informações, examinando uma a uma se tratam apenas de costume específico deles ou se passou a ser questão normativa, de princípios.

 

1. v.43a: Em cada alma havia temor

Refere-se aos crentes ou ao povo em geral? Acho que aos crentes.

Temor a quem? Às autoridades romanas? Aos judeus? Claro que não: temor a Deus!

Informação de natureza belíssima!

É valioso saber que no coração de cada irmão ou irmã havia um dos sentimentos mais importantes no relacionamento dos homens com Deus.

Nada menos que três livros do AT dizem que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria: Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7

Ausência de temor a Deus: típico de pagão: Sl 36.1

Por outro lado, é tão especial o tipo de temor que um crente pode ter com Deus, que o temor que um certo homem sentia foi usado como um nome de Deus!

O homem foi Isaque. Pois Deus foi chamado de o temor de Isaque – Gn 31.42

 

Mas, a rigor, aqui ou no NT há uma ordem que haja temor em cada crente? Sim

1Pe 2.17: Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.

 

Já imaginaram que padrão espiritual essa igreja mostraria ter se Deus fosse chamado de o temor do Dênio? O temor da Adelina?

Se isso fosse fato para cada um de nós, Deus terminaria sendo chamado de “o temor da Luz do Mundo!”

Que alvo, irmãos! Vamos mirar nele? Está pronto para fazer a sua parte?

 

2. v.43b: ...e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.

Na época do AT milagres não eram feitos de modo contínuo, houve períodos especiais.

A época de Jesus foi uma delas, legitimando a Sua posição de Filho de Deus e Messias.

Quando Ele voltou ao céu os milagres continuaram, agora para legitimar os apóstolos como verdadeiros discípulos de Cristo e autorizados para liderar o início da Igreja.

Depois do final de Atos (com a igreja fundada e funcionando) até o final do NT, percebe-se uma diminuição dos dons sobrenaturais (milagres,  curas, profecias, línguas).

E não há uma ordem ou mandamento para as igrejas realizarem milagres.

Concluimos, com o respaldo da própria história da Igreja Cristã, que, depois da formação do cânon, esses dons cessarem de ser distribuídos nas igrejas.

Em suma: aqui ou no NT há uma ordem para as igrejas hoje realizarem milagres? Absolutamente, não!

E mesmo não sendo ordem, devemos esperar milagres nos dias de hoje?

De maneira institucionalizada, normal, nas igrejas, não.

De modo isolado, nada impede que estejamos abertos para quando e como Deus quiser.

 

3. v.44-45: Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.

Experiência radical de vida comunitária (embora não generalizada, mesmo na época).

Isso tornou-se uma ordem para as igrejas? Não. Nem aqui e em nenhum lugar do NT.

E como experiência, deu certo? Não! De fato, era muito complexa para funcionar.

Ao longo do livro, veremos a igreja de Jerusalém passar por agudas necessidades financeiras, a ponto de precisarem da ajuda de crentes de outros locais.

Além do mais, em nenhum parte do NT se falou no assunto, inclusive há passagens que assume haver crentes ricos e crentes pobres.

 

Mas o fato de não ter funcionado, não significa que não haja nada bonito e digno de ser aprendido naquela experiência. Duas lições:

* O  fato dos crentes estarem nivelados pela salvação em Cristo, é muito mais significativo e importante do que as diferenças materiais.

* Dar menos valor às coisa desta vida, abrir mão delas com mais facilidade, em especial quando for para beneficiar irmãos em Cristo.

 

4. v.46a: Diariamente perseveravam unânimes no templo

Eles não tinha sede própria (pelo menos no início).

Então se reuniam no templo e, como veremos, nas casas.

No início, os judeus crentes de Jerusalém não deixaram de ir ao templo.

Desde que nasceram, aprenderam que no templo era o lugar de adorar.

E não seria de um momento para outro que isso mudaria.

Além do mais, nada impediria que eles continuassem indo (e aprendendo que os sacrifícios ali apontavam para um sacrifício que tinha acabado de ocorrer).

O próprio Paulo continuou frequentando o templo depois de convertido.

Os crentes de Jerusalém ainda tiveram quase 40 anos para frequentar o templo antes de ser destruído, em 70dC – apenas oito ou dez anos depois de Lucas escrever Atos.

Lembre-se que no Milênio, o novo templo será frequentado pelos crentes.

Reunir-se no templo é uma ordem para hoje? Obviamente, não.

 

5. v.46b: partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,

No v.42 já comentamos sobre o costume de eles perseverarem no partir do pão.

Agora novas informações:

* O local onde partiam o pão: de casa em casa

(Veja a indicação de que a experiência de venderem tudo não conseguiu ser total).

* Tomavam as refeições com alegria e singeleza de coração

Não sabemos se eram refeições comuns ou junto com a Ceia.

A comemoração da Ceia tornou-se um mandamento para as igrejas hoje? Sim, mas não  obrigatoriamente com refeição.

Quando à frequência, não há menção.

E quanto a refeições comuns, à parte da Ceia, não é uma ordem – embora saudável!

 

Depois do temor, mais dois sentimentos internos que havia em cada alma.

alegria: um dos frutos do Espírito.

Quer ver se uma igreja está bem? Veja se há clima de alegria espiritual entre os irmãos!

 

singeleza de coração:  gr. simplicidade, sinceridade.

Quer ver se uma igreja está bem? Veja se entre os irmãos há clima de ciúmes, vaidades, lutas por cargos e posições ou se, ao contrário, o que existe é harmonia e cooperação. 

 

6. v.47a: ... louvando a Deus...  

No meio de tanto temor a Deus, alegria, refeições, Ceias, seria impossível faltar o louvor!

Há uma ordem para as igrejas louvarem a Deus? Aqui, não.

Mas em outras partes do NT, sim. Entre vários:

Cl 3.16: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.

 

Mas esse é o tipo da ordem que não ter sentido obedecer à força. Tem de vir do coração!

Como está o nosso louvor coletivo a Deus?

Pergunta complexa. Bom mesmo seria ouvir do próprio Jesus Cristo!

Como não é possível, estejamos atentos a isso.

Enquanto os líderes procuram fazer o melhor, cada um cuide do seu próprio louvor.

 

Lucas encerera o relato com duas informações valiosas.

v.47b: ... e contando com a simpatia de todo o povo

Tinham a simpatia do povo.

Essa simpatia era no começo. Depois as autoridades começaram a perseguir duramente.

E quando autoridades perseguem, o povo logo persegue também.

Veremos um triste exemplo na morte de Estêvão, no capítulo 7.

 

Não sejamos ingênuos. Simpatia do mundo pode até haver, mas geralmente será provisória, superficial, altamente sujeita a se tornar oposição, talvez até violenta.

 

v.47c: Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os q. iam sendo salvos.

Dedicarei toda uma pregação a essa terceira parte do v.47.

 

Que Deus nos abençoe!  Amém

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